14/04/14

PostHeaderIcon Algumas Sandices ( mas provavelmente não as mais desejadas. Vamos ver o que sai!)

Bem, depois de um título longo, espero que este post esteja a altura de tantos meses de ausência.

Já todas sabem que desde de Dezembro ando no entra e sai de hospitais com a minha Santa Mãe!
Tem sido um corropio cheio de preocupações, de algumas tristezas, medos e decepções. Mas e sublinho MAS  parece que agora está tudo entrando nos eixos. Levará o seu tempo mas irá ficar tudo bem.

Nesses meses, estive algumas noites em claro, devido ás inúmeras idas ás Urgências, algumas noites de incertezas sobre se a minha mãe sairia dessa ou não, alguma solidão, não procurada por mim mas imposta por aqueles que (pensava eu) nos eram mais próximos. Vi que quando temos problemas, são mesmo muito poucos aqueles que se preocupam connosco e que sinceramente oferecem a sua ajuda. É que dizer "Se precisares de ajuda" quando está mais do que na cara que precisamos, não conta!

Teve uma pessoa que me surpreendeu pela positiva,  sol de pouca dura ou não, não contava com o seu apoio mas muitas outras me decepcionaram e deixaram bem claro que, quando um dia o inevitável acontecer, eu estarei sozinha. Completamente só!

A solidão também ensinou-me uma coisa nova: eu antigamente, quando era senhora do meu tempo, das minhas vontades, do ir e vir quando me apetecesse, achava que não teria problemas nenhuns em viver só! Que a solidão para mim era algo normal, sem dramas ou motivo de preocupação. 

Mas a realidade bateu-se-me de frente e mostrou-me que uma coisa é QUERERMOS estar só e outra bem diferente é ESTARMOS sós. Voltar para uma casa enorme, vazia, sem ouvirmos nada nem ninguém pode mesmo ser desgastante e depressivo. Vejo que este será uma das possibilidades do meu futuro e confesso, não gosto nada! 

Tive infelizmente contacto com a morte, pois nesses dois internamentos da minha mãe, muitas foram as pessoas que morreram nas enfermarias aonde ela estava. Vi pessoas que estavam bem, ou pelo menos achava eu que estavam numa tarde e de manhã já cá não estavam entre nós. Vi a dor de pessoas prestes a perder os seus entes queridos e senti na pele o sofrimento da incerteza e muitas foram as vezes que chorei sozinha, em silêncio pelas suas perdas, tomando as suas dores e sentindo a sua tristeza, perante esta inevitabilidade que é um dia a morte, seja a nossa, ou pior, das pessoas que mais amamos.

Cresci, tornei-me grande não em tamanho, pois 1,80 já chegam e para os lados também não cresci. Ao contrário, diminuí 6 kg desde de Dezembro e embora na minha opinião não se note nada, as calças já pedem "um cinto pel' amor de Deus que a gente está caindo!"

Conheci pessoas simpáticas, prestáveis, que se entre-ajudavam nos momentos mais difíceis. Fiquei muitas vezes feliz por ver que algumas pessoas voltavam para as suas casas. Agradeço a esta equipe médica que não se limitou a corrigir o problema mas a procurar soluções para que este não voltasse a acontecer. 

Passei por várias Enfermeiras e Auxiliares, umas boas, outras nem por isso. E isso quer dizer tanto no trato pessoal como no visual! Mas isso é um outro assunto, esse sim cheio de sandices e besteiras mas que terá que ficar para outra altura.

A todos aqueles que rezaram pela minha mãe, muito obrigada. Que Deus vos dê em dobro tudo aquilo que desejaram para ela e para mim também. Aqueles que ficaram aquém do que eu esperava não vos desejo nada! Nem bem, nem mal. Tornaram-se indiferentes para mim. Não vos desejo os choros com soluços que por vezes chorei sozinha. Isso não se deseja a ninguém!

Este PC tem estado inactivo, pois mal tenho tido tempo de me coçar, quanto mais de vir aqui a este PC. Mas já encomendei um teclado para o meu tablet e não ficarei tanto tempo sem vir cá no meu cantinho, pois serve-me como análise e alívio dos meus problemas.

Voltarei em breve, beijos a todas!

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